É bom é ter-te a ti por cá...sua tulipa mexe-mexe...a serpentear pela Kiezel, a rodopiar pelos quartos...obrigada por estares cá, e por me ouvires, aturares, compreenderes, e atenderes aos meus picos de loucura...obrigada por seres assim, por existires, e fazeres parte de mim*
"Quero elogiar o ser vivo que aspira morrer na chama Na primavera as noites de Amor Onde recebeste a vida, onde a deste Fixou-se uma estranha vertigem Perante a chama silenciosa
Já não ficas enterrada no vazio da sombra Um novo desejo te chama Para um mais alto Amor
Nenhuma distância te pára Vens para Ele fascinada E tu, o amante da luz Nela te queimas como uma borboleta"
Para não ficar atrás do solquarto crescente :), também deixo aqui um poema. Não tem borboleta, mas tem vertigem. Não é de Goethe, mas dum poeta português:
SHIRLEY ANN EALES (2005)
Na vitrina lê-se Livros Raros e Usados sob o azul inclinado de um toldo – mesmo em frente à glacial cafetaria de franchise onde o dia destrata o desejo e não se pode fumar. Subo aos pequenos gabinetes mergulhados no doce bafio da literatura e percorro de A a Z as espinhas estreitas
e rachadas da poesia. É o sítio mais vazio de Novembro e o que mais me reconforta; o livro que escolho, por metade de uma libra, traz no frontispício um nome e uma morada: Shirley Ann Eales, de Scottsville – um sumido autógrafo de maiúsculas magras e triangulares onde a imaginação encontra por enquanto pretexto
e oxigénio suficientes para arder. O livro teve outra existência, pertenceu a outra casa, a outra mesa de cabeceira – e o pensamento, de tão óbvio, conjura de repente uma vertigem, é um corredor abrupto para a imensidão do mundo onde trafica o acaso. Ah, sabemos que a vida é improvável se damos por nós a cismar, a meio de uma tarde
insípida, numa mulher desconhecida que lia poemas em Scottsville, nos anos 70. Mas haverá aqui alguma espécie de sentido, algum sinal guardado para alguém mais sábio ou inocente do que eu? Não sei quem és nem onde estás agora, Shirley Ann, mas como seria belo se pudesses um dia encontrar, por obra da mesma sorte, o teu nome nestes versos.
9 comentários:
É bom é ter-te a ti por cá...sua tulipa mexe-mexe...a serpentear pela Kiezel, a rodopiar pelos quartos...obrigada por estares cá, e por me ouvires, aturares, compreenderes, e atenderes aos meus picos de loucura...obrigada por seres assim, por existires, e fazeres parte de mim*
:)))
Fotos bonitas!
Aqui fica um poema lindo para ti!
(É do Goethe)
"Quero elogiar o ser vivo que aspira morrer na chama
Na primavera as noites de Amor
Onde recebeste a vida, onde a deste
Fixou-se uma estranha vertigem
Perante a chama silenciosa
Já não ficas enterrada no vazio da sombra
Um novo desejo te chama
Para um mais alto Amor
Nenhuma distância te pára
Vens para Ele fascinada
E tu, o amante da luz
Nela te queimas como uma borboleta"
Beijinhos de Portugal!
solquartocrescente:
É lindissimo o poema. verttigem, borboleta, queimar no amor...
Lindo, lindo e eu ainda n conhecia.
A joana é a menina mais querida por todos os habitantes da kiezel. Pronto. Disse.
É verdade.
ohhoho..tu dizes cada uma..sua maluca!!:) Isso deve ser de estares grávida da borboleta:D
Para não ficar atrás do solquarto crescente :), também deixo aqui um poema. Não tem borboleta, mas tem vertigem. Não é de Goethe, mas dum poeta português:
SHIRLEY ANN EALES (2005)
Na vitrina lê-se Livros Raros
e Usados sob o azul inclinado
de um toldo – mesmo em frente
à glacial cafetaria de franchise
onde o dia destrata o desejo
e não se pode fumar. Subo
aos pequenos gabinetes
mergulhados no doce bafio
da literatura e percorro de A
a Z as espinhas estreitas
e rachadas da poesia. É o sítio
mais vazio de Novembro
e o que mais me reconforta;
o livro que escolho, por metade
de uma libra, traz no frontispício
um nome e uma morada: Shirley Ann
Eales, de Scottsville – um sumido
autógrafo de maiúsculas magras
e triangulares onde a imaginação
encontra por enquanto pretexto
e oxigénio suficientes para arder.
O livro teve outra existência,
pertenceu a outra casa, a outra mesa
de cabeceira – e o pensamento,
de tão óbvio, conjura de repente
uma vertigem, é um corredor
abrupto para a imensidão do mundo
onde trafica o acaso. Ah, sabemos
que a vida é improvável se damos
por nós a cismar, a meio de uma tarde
insípida, numa mulher desconhecida
que lia poemas em Scottsville, nos anos
70. Mas haverá aqui alguma espécie
de sentido, algum sinal guardado
para alguém mais sábio ou inocente
do que eu? Não sei quem és
nem onde estás agora, Shirley Ann,
mas como seria belo se pudesses
um dia encontrar, por obra da mesma
sorte, o teu nome nestes versos.
Rui Pires Cabral
harry_madox:
Obrigada.. :D
Não conheço o poeta..
é bom ter-te aqui!
e à joaninha!
=)
é bom espreitar-vos de cá... :)
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